27.5.08

Desafio

O objectivo deste desafio é construir 2 histórias, com 2 fios condutores diferentes, mas ambas partindo do mesmo início. Cada pessoa dá continuidade à história, escrevendo um parágrafo com criatividade e imaginação. Para mais dúvidas consultar aqui o regulamento. O seguinte texto iniciado pelo ÿpslon, continuado pelo Voyager, passado a mim, é agora passado ao zeh.

Aquela manhã de nevoeiro disperso estava a acordar aos poucos. Tal como aqueles olhos que iam abrindo de mansinho, a medo, e ficaram focados na janela gigante que dava para a praceta onde permanecia uma estátua de um qualquer marquês. Pôs-se de joelhos, com as mãos amarradas atrás das costas, e levantou um pouco a cabeça. Torceu todo o corpo para a esquerda e só então conseguiu lembrar-se do que tinha acontecido.


As imagens começaram a surgir-lhe na mente como num filme. A viagem até aos arredores da cidade. O prédio já extremamente degradado, vizinho dos sem-abrigo deitados pelo chão, naquela rua apática e sombria. O apartamento do 3º direito e a primeira impressão da Delfina, senhora tão afável e generosa. E a razão que o trouxe ali. Os flashes. Episódios quase surreais que a sua memória queria apagar, mas a sua consciência teimava em fazer virem à tona. Aquela humilde personagem especada à sua frente, franzina e com ar tão agradavelmente maternal, parecia realmente a personificação da solução para os seus problemas e devaneios recentes. Como as aparências iludem…

[ Voyager, www.life-from-inside.blogspot.com ]

O Sol continuava a subir iluminando lentamente a rua ao fundo, a praça, o prédio, a sala, a cara e também a mente de Abel que recuperava o seu equilíbrio e via-se gradualmente livre daquele inebriante zumbido sensorial. À esquerda, no canto escuro da sala, numa poça de vermelho-vivo como pano teatral, revelava-se, subindo na luz matinal, uma cena surreal: Ali jazia a Sra. Delfina, sem roupa nem vida, com um punhal ritual espetado no peito. Abel encontrava-se surpreendido, aterrorizado, abismado, congelado. Ciente do impacto causado, a sádica luz decidiu continuar a torturá-lo e subiu ainda mais um bocado. Na parede branca, da escuridão, a vermelho sangue surgia: "Não te livras de mim assim" por baixo assinava: "Caim"

[ Mário, www.omeuoutroblog.blogspot.com ]


O desafio passou para o zeh.

Have fun!

8 Comments:

João Roque said...

Amigo Mário
noutras circunstâncias, em que não estivesse dominado, por um lado, pela ansiedade de um "abraço" tantas noites adiado, e por outro, pelas partidas que o destino nos vai pregando, teria muito gosto em dar continuidade a este interessante jogo de palavras; mas isso é impossível, de momento.
No entanto, achei muito interessante a "inversão" que deste à história e estou curioso em saber quem e como lhe vai dar continuidade.
Abraço amigo.

zehtoh said...

Eu aceito o desafio paara continuar... :)

Voyager said...

Ehh! Gostei do twist =P

Mário said...

pinguim, compreendo perfeitamente o estado de ansiedade. De qualquer das formas fica marcada a intenção.
No futuro surgirão mais oportunas oportunidades.
Abraços grandes.

Mário said...

zeh, excelente!
Espero que te divirtas tanto como eu!
Entretanto vou mudar o post original.

Abraços

Mário said...

Voyager, ainda bem!
Vamos ver como continua como continua a história a partir de agora.

Abraços

Anónimo said...

eheh que bom que a história está a ser continuada tão bem :)

obrigado Mário e obrigado zeh por continuares ;)

Mário said...

ÿpslon, não tens de agradecer. O que fiz, fiz por prazer.
Já agora obrigado pela iniciativa.
Não posso esperar pelo final da história!